quinta-feira, 17 de março de 2011

Meninos devem ser vacinados contra HPV, defende especialista

21/02/2011 - 18h55
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
 
Todos os meninos deveriam ser vacinados contra um vírus sexualmente transmissível, para evitar a disparada dos números de câncer da boca e garganta, sugere uma nova pesquisa. A informação foi publicada nesta segunda-feira no site do jornal britânico "The Telegraph".
As taxas de câncer oral --que inclui tumores no lábio, na boca, na língua, na gengiva, na laringe e na faringe-- entre os jovens no Reino Unido dobraram nas últimas três décadas, alimentadas principalmente pela revolução sexual, afirmaram os cientistas.
Fumar e beber costumavam ser as principais causas da doença que agora é causada pelo vírus do papiloma humano (HPV), o mesma que causa o câncer cervical nas meninas.
Um estudo anterior mostrou que pessoas que fizeram sexo oral com mais de seis parceiros tinham 8,6 vezes mais chance de desenvolver câncer do que aquelas que nunca haviam praticado.
Os fumantes tinham apenas três vezes mais chance de ter câncer de garganta e os consumidores de álcool, apenas duas vezes e meia.
Agora a situação se tornou tão grave que uma especialista em câncer está pedindo aos governos para considerar seriamente a vacinação em meninos contra o vírus, antes que eles iniciem sua vida sexual.
Durante a conferência da Associação Americana para o Avanço da Ciência, realizada em Washington, a líder em pesquisa de HPV Maura Gillison, da Universidade Estadual de Ohio, disse que era hora de considerar a opção.
"Quando meus pacientes perguntam se devem vacinar seus filhos, eu respondo 'certamente'. A vacina vai protegê-los contra as verrugas genitais e o câncer anal, e também do câncer oral causado pelo HPV."
Mais de 5.000 pessoas contraem câncer oral por ano no Reino Unido, representando cerca de 3% de todos os cânceres. A doença causou cerca de 1.822 mortes no Reino Unido em 2008.

Pesquisa encontra vírus HPV em 50% dos homens

01/03/2011 - 11h06  Folha de SP
MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO

A metade dos homens saudáveis está infectada com HPV, indica um dos maiores estudos já feitos sobre a incidência da doença no sexo masculino. Os resultados são publicados nesta terça-feira no "Lancet".
O HPV (papiloma vírus humano) é transmitido por relações sexuais na maioria das vezes, e pode causar lesões na pele e nas mucosas.

A pesquisa acompanhou por quatro anos 4.074 homens de 18 a 70 anos do Brasil, dos EUA e do México.
Eles tiveram amostras recolhidas do pênis e do escroto submetidas a análise. Dos 50% com HPV, 30% tinham o vírus que pode levar a câncer, 38% tinham o não cancerígeno, e o restante tinha mais de um tipo de HPV.  (...)

As altas taxas de contaminação nos homens, superiores às das mulheres, surpreendem. Na população feminina, mais associada ao HPV, a taxa média de contaminação é de 14%, compara a pesquisadora Luisa Villa, do Instituto Ludwig, responsável pelo estudo no Brasil. "Antes, acreditava-se que os homens tinham menos HPV, que as infecções ocorriam em menor proporção. Mas eles também têm infecções, e em taxas mais elevadas do que as mulheres."

Apenas recentemente é que começou a se estudar sobre o HPV no homem. Um dos motivos para isso é que, nas mulheres, as consequências das contaminações são mais graves, como o câncer de colo de útero -segundo tumor mais frequente, depois do de câncer de mama. "Os homens foram deixados de lado. São o vetor do vírus, mas as mulheres têm mais doenças por causa dele", diz Glauco Baiocchi Neto, diretor de ginecologia oncológica do A.C. Camargo.O risco aumenta com o número elevado de parceiras e com a prática de sexo anal. As chances de ter HPV que pode evoluir para um câncer aumentaram 2,4 vezes em homens que tinham tido mais de 50 parceiras, e 2,6 vezes em homens com pelo menos três parceiros.
 

Vacina contra o HPV é eficiente também para homens

Estudo realizado em 18 países demonstrou que tratamento é eficiente na prevenção em 90% dos casos

07 de fevereiro de 2011 | 11h 16
 
SÃO PAULO - Uma pesquisa norte-americana demonstrou que a vacina para o vírus do papiloma humano (HPV) também é eficiente para a prevenção da doença em homens. Os testes clínicos, realizados em 18 países com 4.065 voluntários ao longo de quatro anos, mostraram que o tratamento é eficiente na prevenção em 90% dos casos.

A vacina, aprovada nos Estados Unidos em 2006 para o uso em mulheres, não havia sido testada para a proteção de homens até o momento. O medicamento demonstrou ser eficiente na proteção contra verrugas e infecções persistentes provocadas pelo HPV na população masculina.

Esse é também é um avanço importante pois vacinar os homens ajudará a prevenir a transmissão do HPV para mulheres. Em homens, o vírus provoca apenas lesões benignas (como verrugas), no entanto, em mulheres está associado ao câncer de colo de útero.

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